William estava ali parado, olhando para seu próprio corpo que tinha um buraco de bala no meio da testa. Mas tinha alguma coisa estranha, o tempo parecia estar parado
— O que está acontecendo ? — William questionou
— O tempo dos vivos não pertence mais aos mortos, senhor William. — Disse um aparecendo do absoluto nada
William se afastou rapidamente e entrou em uma postura de luta
— Quem é você ? E o que quer comigo ?
— Eu me chamo Ceifador, estou aqui para te enviar para outro mundo, senhor William. — Disse o homem usando um terno preto, gravatas, calças e sapatos todos pretos, seus cabelos eram brancos como a neve mais pura, seus olhos não tinham nenhuma pupila e eram completamente brancos
— Um Ceifador ? Como na série sobrenatural ?
— Tipo isso, só que diferente da série, eu não morro.
— Entendo, até que faz sentido. Como um ser que não possui um corpo físico pode morrer por uma adaga não é mesmo ? — William não demonstrava nenhum sentimento. — Me diga, o que você quer dizer com me enviar para outro mundo ?
Ceifador estendia sua mão, e um livro começava a se materializar na palma de sua mão. Era um livro de capa negra, na capa estava escrito o título do livro "William" e seu nome completo, junto de sua data de nascimento e a data da sua morte
— Me deixe te explicar como vai funcionar. — Ceifador abria o livro e logo começava a explicação
— Seu corpo será enterrado ou cremado conforme os costumes dos humanos. Mas sua alma não irá para o céu ou inferno, no seu caso você iria para as profundezas do inferno. Para a sua felicidade, alguém determinou que você será mandado para outro mundo
— Quem é o ser que determinou isso ?
— Você sabe quem. Então continuando. Sua alma irá para outro mundo, conforme eu tinha dito antes, mas você irá recomeçar uma nova vida, com uma família diferente e um corpo diferente
— Praticamente uma pessoa diferente. Graças a Deus, eu irei viver uma vida normal
Ceifador olhava para William e suspirava
— Você ainda terá as suas memórias intactas, todas elas
William olhava para o Ceifador e logo entendia algo
"Uma forma de punição, justo" — William olhava para o céu e dava um sorriso
— Tem mais alguma coisa para me dizer ? — Perguntou William não querendo ir para outro mundo sem saber ao menos o básico
— O outro mundo se passa em uma era medieval, mas a magia existe, monstros perigosos estão sempre a espreita na escuridão
— Isso me parece interessante. Talvez eu me divirta nesse novo mundo
23 Ceifador fechava o livro e logo conjurava um portal
— É o seguinte, entre no portal e você será reencarnado, seja como o filho de um nobre ou como o filho de um plebeu, isso dependerá da sua sorte
— Certo, então eu vou nessa. Nos vemos na minha próxima morte
— Não terá uma próxima morte. Adeus
— O que ?
O portal começou a sugar o assassino para dentro dele. A alma de William girava em espiral até chegar ao fim do portal
Assim que a alma chegava ao final, ela era puxada para o novo corpo de William, um corpo que ainda não estava completamente formado, pois a nova mãe de William tinha apenas alguns minutos de gravidez
William ficava se desenvolvendo dentro do útero de sua mãe, uma mãe que por sinal demonstrava muito afeto ao pequeno feto que ela ainda iria conhecer
Então nove meses se passaram, a bolsa estourou e ela entrou em trabalho de parto
Tudo que William via era uma luz, ele se aproximou da luz, como em um piscar de olhos ele já estava olhando para uma mulher. Uma senhora de 62 anos, cabelos azulados que começavam a grisalhos, olhos azuis como pedras brilhantes, uma altura de 1,70 , uma pele branca com algumas rugas no rosto,ela usava um uniforme de empregada
"Quem é essa mulher, meu Deus ?" — William ficava curioso em saber quem era aquela mulher
— Vossa Graça, é um menino, um menino forte e saudável. — Disse a parteira dando as notícias a mãe
— Graças aos Deuses, Nethka me deixe segurar o meu filho. Quero sentir o seu coração e seu calor. — Disse a mãe, uma mulher de 28 anos com longos cabelos pretos como a noite, olhos negros cheios de vida, uma pele branca sem nenhuma cicatriz ou rugas, sua altura era de 1,68, ela usava uma camisola azul claro
— Vossa Graça, irei chamar Vossa Graça Alexander. — Disse Nethka se virando e deixando mãe e filho aos cuidados das outras empregadas
— Tudo bem, Nethka. — A mãe recebia o tratamento através de magia e rapidamente ela era curada e as empregadas tiravam a placenta e a jogavam fora
"Essa mulher aqui parece ser a minha mãe. Parece ser que ela é uma ótima mãe. Será que eu tenho irmãos mais velhos ?" — Se perguntou William enquanto olhava para sua mãe
Alguns segundos depois de Nethka sair, um homem entrava no quarto, esse era Alexander, o Duque e também o pai. Ele tinha 28 anos, seus cabelos eram pretos e estavam penteados para trás, seus olhos eram dourados que lhe dava uma aura majestosa, sua altura era de 1,88, pele branca e queixo firme, ele usava uma gravata preta e com babados segurada por uma pedra preciosa, sobre um gibão preto e calças pretas, ele também estava usando um casaco preto com detalhes dourados, botas pretas até a altura dos joelhos
— Oh, Eleanor meu amor. Você está ? — Perguntou Alexander com uma certa preocupação
— Eu estou ótima, graças aos Deuses e as magias de cura. Nosso filho também está bem. Quer segurá-lo ? — Disse Eleanor tranquilizando seu marido
— Sim, eu quero muito segurar nosso filho. — Alexander o pegava nos braços com muito cuidado e os olhos de William e de Alexander se cruzavam pela primeira vez
— Já pensou em um nome para ele ?
— Sim, seu nome será Kassyus, Kassyus Von Alcott, filho de Alexander e filho de Eleanor.
— Eu gostei, é um nome digno do herdeiro dos Alcotts.
— Eu também gostei do nome, meu filho. — Disse um homem que estava ouvindo toda a conversa. Ele tinha 52 anos, sua altura era de 1,88, pele branca, cabelos pretos grisalhos penteados para trás e uma mecha de cabelos caia para frente, olhos dourados mas com uma aura majestosa, debaixo do olho esquerdo tinha uma cicatriz de corte, ele usava uma gravata branca com babados segurada por uma pedra preciosa, um gibão azul escuro, calças brancas, um casaco azul com detalhes dourados e botas brancas
— Você não perde o costume de tentar surpreender as pessoas, Pai — Dizia Alexander olhando para o seu pai