— Tem certeza que... é só um quarto? — Rajime murmurou, encostado na parede, braços cruzados, enquanto Mina pulava animada na cama de madeira coberta por lençóis simples.
— Uhum! O ancião disse que só restou um quarto disponível. Coincidência, né? — ela respondeu com um sorriso que parecia menos inocente do que ele queria acreditar.
Ele suspirou.
— Tudo bem. Eu durmo no chão.
— Você pode conjurar uma cama com esse seu poder doido, não pode?
Rajime estalou os dedos. Uma cama feita de gravidade sólida, com lençóis flutuantes de pura energia, surgiu do nada. Era absurda, confortável e... bonita demais.
— Tá vendo?! — Mina deu risada. — Você é ridiculamente forte e ainda finge que é normal. Isso é fofo.
Rajime desviou o olhar.
— Não me chame assim.
— Fofo?
Ele quase tossiu.
A noite chegou, e enquanto o vilarejo dormia, uma sombra rastejou pelas plantações. Algo amaldiçoado... um servo do Rei Demônio. Uma criatura feita de carne deformada e olhos costurados.
Mas antes que pudesse chegar à cabana...
O céu desabou.
Literalmente.
Rajime apareceu flutuando, olhos brilhando, com uma katana feita de gravidade pura em mãos — "Hoshigane", a Espada Estelar.
— Eu ouvi sua respiração a dois quilômetros.
— ...
A criatura tentou fugir.
Rajime estalou os dedos. A gravidade do monstro foi multiplicada por mil. Ele virou pó antes de tocar o chão.
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Lá dentro, Mina bocejava.
— Você saiu?
— Apenas um inseto.
Ela se sentou na cama, cabelo dourado bagunçado, camisola leve que fez Rajime virar de costas na mesma hora.
— Rajime... você é incrível, sabia?
— ...Boa noite, Mina.
— ...Boa noite, meu herói.
E quando ele deitou, mesmo sem dizer nada... uma pontinha de sorriso escapou.