11 Anos Atrás – Uma Noite Silenciosa Sob as Estrelas]
O vento estava parado. A lua pairava alta sobre a velha casa de Stormbreak enquanto Ray estava sentado sozinho na sacada, perdido em pensamentos — até que um frio percorreu o ar.
Uma voz, não a de Inavy, ecoou atrás dele.
"Ray Stormbreak…"
Ray virou-se bruscamente. Seu filho pequeno estava parado perto da porta, mas seus olhos... não eram os seus.
"Quem é você?", a voz de Ray ficou mais aguda. "E o que diabos você está fazendo dentro do meu filho?"
O garoto brilhou — mas não era a expressão de Inavy.
"Eu?", respondeu a voz com uma ameaça calma, entremeada de diversão sombria. "Eu sou... Caos."
Ray congelou.
"Vim trazer um aviso", continua a entidade. "Treinem o garoto. Protejam-no. Até a hora certa."
"Hora? Que hora? Do que você está falando?"
"No momento em que o pilar cair", disse Caos enigmaticamente. "Eu acordei. Mas você precisa se preparar... Meu irmão tolo veio. Por ele... e pelo outro garoto, Kelvin."
Ray deu um passo para trás, atordoado.
"Uma guerra está chegando, Stormbreak. Contra Tyrus. Ele não vai parar até que tudo o que Yon criou seja apagado. Crie o menino. Prepare a criança do Caos... antes que seja tarde demais."
E com isso, a presença desapareceu, deixando Ray tremendo sob as estrelas.
[Dias Atuais – A Residência Stormbreak]
Ray estava novamente na mesma sacada, com os olhos erguidos para o céu.
"Que diabos está comemorando de novo...? Espero que você esteja bem, Inavy."
Nesse momento, o portão da frente rangeu.
"Ei! Cheguei!" Inavy trabalhou.
Ray se virou, sorrindo levemente.
"Demorou bastante. A Guilda já te sobrecarregou?"
Inavy largou a bolsa e se espreguiçou.
"Um pouco. Mas senti falta de casa... e de você."
"Bem, parece que você tem algo em mente."
"Na verdade..." Inavy transmitiu. "Que tal treinamos como antigamente?"
Ray riu baixinho.
"Velhos tempos, né? Tá bom. Mas pra ser justo... traga o Ron também."
Ron, de apenas 13 anos, piscou da cozinha.
"Hã? Por que eu?!"
"Venha logo", disse Inavy com um sorriso irônico. "Prometa que não vai ser arrepender."
Momentos depois, o quintal estava cheio de energia.
Inavy investiu contra Ray com ferocidade brincalhona enquanto Ron o observava, esquivando-se por pouco. No meio do caminho, Inavy recuou e olhou para o pai.
"Ensine-me a Lança do Trovão."
A expressão de Ray mudou, surpresa.
"Esse movimento não é apenas chamativo - é pesado, é divino."
"Eu quero aprender. Mesmo que leve tempo."
Ray concordou. O treinamento começou, crepitando de eletricidade. Inavy se esforçou, mas conseguiu reaparecer na forma — assustadora, mas presente.
[Enquanto isso – A Residência Valtier]
Kelvin acordou sobressaltado, encharcado de suor.
O sonho era muito real.
Um mundo em ruínas. Céus negros. Uma figura monstruosa em um trono de ossos, olhos vermelhos brilhando — Lança do Destino na mão.
Diante dele, um guerreiro solitário estava. Ensanguentado. Mal respirando. Ainda lutando.
Então a voz ecoou novamente:
"Você não é como eles, meu filho. Você... é a Ruína."
O ar na casa ficou pesado. Tão pesado que corta o vidro do criado-mudo de Kelvin.
Segundos depois, Lorien entrou na sala com Darius logo atrás.
"A aura dele... é avassaladora", disse Darius, ofegante. "A mesma que eu senti... na floresta."
"Entendo...", murmurou Lorien, agarrando o ombro de Kelvin. "Darius, onde exatamente foi essa missão?"
"O Bosque Despedaçado. Perto das ruínas do antigo templo."
[Mais tarde – O Bosque Despedaçado]
A floresta estava silenciosa quando Lorien e Kelvin chegaram — até que parou.
No momento em que Kelvin entrou, a escuridão se agitou.
Feras retorcidas de ossos e sombras surgiram da névoa. Lorien e Kelvin lutaram lado a lado — luz radiante colidindo com chamas abissais.
Mas conforme a luta se arrastava, as vozes retornavam. A vontade de Tyrus penetrou na mente de Kelvin.
"Desista… É quem você é…"
Kelvin falou, sombras se curvando violentamente ao redor dele.
Pouco antes da escuridão tomá-lo completamente, Lorien caiu no chão com energia sagrada, formando um selo de luz e agarrando Kelvin.
"Você não é assim! Você está me ouvindo?!"
As criaturas recuaram... por enquanto.
Kelvin ofegou, quebrado, mas vivo.
"Por que eu…?"
"Porque o passado nunca ficou enterrado", respondeu Lorien, sombriamente. "E nem o sangue que ele carrega."
"Tyrus não está atrás apenas de Inavy... ele também quer Kelvin. E não para matá-lo — ele quer usá-lo." - Ray Tempestade
Enquanto Kelvin recupera a verdade sobre sua origem e a vontade sinistra que tenta consumi-lo, Lorien toma uma decisão fatídica: descobrir a história completa por trás do dia em que encontrou Kelvin inconsciente, onze anos atrás.
Enquanto isso, Ray e Lorien mantêm uma conversa secreta que muda tudo.
"Você tinha quinze anos, Lorien. Não se lembra da vila daquela? Você, Diana e Kai... do dia em que encontrou Kelvin com um pingente estranho na mão?"
O que começou como um mistério se transforma em profecia, revelando laços entre Kelvin, Inavy e uma guerra que antecede toda a civilização.
E no centro de tudo isso — um pai envolto em ruínas, esperando o momento de recuperar o corpo do filho.
A guerra pelo futuro começa com uma única lembrança do passado. E nem todo sangue... deve ser herdado.