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Chapter 26 - Discussão seria entre pessoas sérias

O vento frio passava pelas árvores, trazendo o som das folhas se chocando. Ryota abriu os olhos devagar, sentindo o corpo pesado. Sua visão ainda estava turva, mas conseguiu distinguir Toshiro parado a poucos metros, de costas para ele, observando Kenji caído no chão.

Ele respirou fundo, apoiou-se no joelho e perguntou — Quem é você? — e como chegou aqui tão rápido? — Toshiro respondeu — Segui a sede de sangue que vinha da montanha, mas não interferi na luta de vocês porque precisava ver até onde Kenji iria por alguém ou por um companheiro.

Ryota encarou o homem com confusão e insistiu — De onde você conhece o Kenji? — Toshiro manteve o tom calmo e explicou — Nos encontramos entre destroços, quando eu lutava contra um demônio. Depois, cruzei com Lady Rannya e ela mesma se mostrou curiosa sobre ele.

Nesse momento, Kenji abriu os olhos e se ergueu com esforço, ainda confuso, e perguntou — Toshiro? Como chegou aqui tão rápido? — O homem respondeu — Sempre estive por perto desde que você saiu da cabana na floresta — Kenji o encarou com desconfiança e questionou — Então por que não ajudou? — e ouviu — Porque queria ver até onde você iria por alguém ou por um companheiro.

Toshiro estreitou os olhos, demonstrando interesse no que ouvira da voz do monstro, mas decidiu encerrar a conversa ali. Pouco depois, os três seguiram por uma estrada estreita até chegarem diante de uma construção simples cercada por árvores retorcidas e musgo. A madeira estava gasta e telhas faltavam no telhado. Ryota parou, examinou o lugar e comentou com ironia — Isso é sua casa? Parece mais um local abandonado — Toshiro sorriu de canto e respondeu — Às vezes o melhor lugar para se esconder é justamente onde ninguém quer entrar.

O interior da casa era modesto, com poucas cadeiras e um fogão a lenha aceso. A luz suave das lamparinas iluminava os rostos cansados dos três. Toshiro serviu chá quente e se sentou com eles. Ele olhou para Ryota e retomou — Apenas segui a aura de sangue na montanha e não interferi. Eu precisava entender o quanto o poder dentro de Kenji é perigoso e até onde ele iria por alguém.

Kenji virou-se para Ryota com um sorriso cansado, bateu de leve no ombro do amigo e disse — Quero que você faça parte do meu time. Não sei se consigo vencer essas batalhas sozinho. — Ryota não hesitou — Claro que eu aceito — e Kenji soltou uma risada surpresa, comentando — Achei que ia ser mais difícil te convencer.

Ryota respirou fundo e o chá tremia um pouco em suas mãos. Ele começou — Meu pai é um ferreiro. Os demônios o levaram para o norte para forjar armas para eles. Disseram que precisavam do talento dele e eu não pude fazer nada para impedir. Tentei convencê-lo a fugir, mas ele me chamou de idiota e disse que estava indo justamente para me proteger — Ele balançou a cabeça, contendo a raiva — Depois de ver o que aquele monstro fez, eu sei que preciso ficar mais forte para salvá-lo.

Kenji ouviu em silêncio, mordeu o lábio e se levantou apressado. Ele falou — Então precisamos treinar agora mesmo. Cada segundo conta. — Toshiro ergueu a mão, cortando o ímpeto, e respondeu — Ainda não resolvemos a questão do poder que está dentro de você.

Com um olhar sério, Toshiro continuou — Se você não compreender essa força, ela vai te destruir e a todos ao seu redor. Vamos conversar sobre isso primeiro e depois pensaremos no treinamento. Os três se entreolharam, sabendo que aquela conversa definiria o próximo passo da jornada.

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