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Chapter 16 - Você Nunca Estará Sozinho.

Após a falha inicial na tentativa de abrir um dos portões arcanos, Margareth sugeriu uma pausa de dez minutos. Era uma interrupção necessária; o erro que cometi, embora classificado por ela como normal para um iniciante, deixou-me abalado.

Eu sabia que a causa residia em meu desequilíbrio emocional. Sabia também que, estivesse eu sozinho, aquele lapso poderia ter sido fatal. As artes arcanas não perdoam hesitação, e o Fogo... menos ainda. Sua natureza volátil exige respeito e controle absoluto.

Mesmo ciente da naturalidade do erro para aprendizes, não conseguia evitar um sentimento de culpa. A verdade é que, passados oito anos desde aquele fatídico aniversário de catorze anos — quando ainda era Rodrick —, a mesma cena traumática continuava a me assombrar.

Acreditei que o tempo houvesse curado, ao menos parcialmente, aquela ferida. Engano meu.

“Mesmo após tanto tempo... ainda me desequilibro emocionalmente apenas com a lembrança.”

Fechei os olhos por um instante, buscando regular a respiração, acalmar o turbilhão interno.

“Espero, um dia, não esquecer... mas compreender. Não apagar a dor, mas aceitá-la como parte do passado. E, finalmente, seguir em frente.”

Enquanto me perdia nesse monólogo silencioso, a voz de Margareth me trouxe de volta à realidade.

— Elian. — Sua voz era firme, porém tingida de gentileza.

Ergui o olhar. Ela estava a poucos passos, braços cruzados, com uma expressão serena que contrastava com minha agitação interna.

— Talvez o medo o esteja paralisando... ou algo ainda o atormente por causa desse erro. — Fez uma pausa breve, permitindo que suas palavras assentassem. — Não lhe direi para esquecer. Nem fingirei compreender a profundidade do que se passa em seu íntimo. Mas quero que saiba... você nunca estará sozinho nesta jornada.

Seu sorriso era leve, sincero, quase um bálsamo inesperado em um mundo que tantas vezes se mostrava cruel.

Assenti com a cabeça. Exteriormente, esforcei-me para manter uma expressão neutra — uma máscara de impassibilidade. Mas por dentro...

Uma miríade de sentimentos conflitantes borbulhava como magma, buscando uma fenda para escapar.

“Talvez... talvez se eu lhe contasse a verdade, ela entenderia. Afinal, ela mesma experimentou a morte e o retorno. Mesmo que de forma distinta da minha.”

Porque eu não retornei. Eu vim.

De outro lugar. De outro mundo. Planeta? Dimensão? Universo? A terminologia me escapava.

Sei apenas que não pertenço a este lugar.

Na Terra, o mundo de onde vim, havia tecnologia avançada, um paradigma científico dominante... e sim, havia práticas mágicas também. Não como aqui, tão integradas à natureza, mas existiam. Antigas, veladas. Exigentes.

Evocações rituais que demandavam precisão e conhecimento. Selos de contenção meticulosamente traçados. Pactos perigosos.

“Eu trabalhava com Daemons da Goétia. Estabelecia pactos conscientes, ciente dos riscos. Era um caminho exigente, perigoso. E, ainda assim... nunca senti um temor tão visceral quanto o de perder minha nova família aqui.”

Lembrei-me de Apep — o antigo deus-serpente egípcio, a entidade caótica com quem estabeleci um pacto. Sua presença era como uma tempestade silenciosa dentro de mim. Mas eu também reverenciava Anúbis, o juiz das almas, e Osíris, o senhor do além. Havia um equilíbrio tênue entre a destruição e o julgamento, entre o caos e a ordem.

“Gostaria de contar para minha mãe... para meu pai. Mas... será que me rejeitariam? Ver-me-iam como um estranho? Um impostor habitando o corpo de seu filho?”

Não faz tantos anos que sou filho deles, mas nestes três anos... criei laços profundos. Não quero perdê-los. Muito menos Vivian.

“Vivian...”

A simples lembrança de seu sorriso inocente era suficiente para dissipar as sombras que ameaçavam me consumir.

Decidi não me afogar nessas questões sem resposta imediata. Empurrei-as para o fundo da mente, trancando-as temporariamente.

Voltei minha atenção para o campo de treinamento. A grama sob meus pés, o cheiro de terra, o silêncio expectante das árvores.

Ainda sentia um leve calor residual nas costas da mão esquerda, onde a runa do Fogo repousava — viva, pulsante.

Apesar do erro anterior... eu havia conseguido.

Eu conjurei uma Arte Arcana.

E, diferentemente das evocações extenuantes da Terra, aquilo não me consumira como eu esperava.

Não precisei de horas de meditação preparatória, nem de incensos específicos ou círculos complexos traçados com giz e sangue. A energia estava aqui — imanente, pulsante, natural. A diferença era abissal.

“Aqui... o próprio mundo é um altar.”

Respirei fundo novamente, sentindo o ar preencher meus pulmões. Margareth ainda me observava em silêncio, paciente, aguardando que eu estivesse pronto para prosseguir.

Antes de retomarmos o treinamento, fizemos uma breve pausa para um chá.

A mesma criada de antes, Julia, serviu-nos uma infusão aromática de chá preto com Melissa, Camomila e Passiflora em delicadas xícaras de porcelana.

— Acredito que Margareth tenha solicitado um chá calmante. Percebeu minha agitação e ansiedade... — refleti, apreciando o calor reconfortante da bebida.

Após finalizarmos o chá, Margareth me chamou e caminhou alguns passos pelo campo. Segui-a em silêncio até que ela parou e começou a explicar:

— Você deve ter notado que não está fatigado, correto? — perguntou, olhando-me diretamente.

— Sim — respondi, confirmando a ausência do esgotamento que eu esperaria em minha vida anterior.

Ela assentiu e continuou:

— Isso ocorre porque você abriu o Portão de Fogo.

Fez uma pausa, permitindo que a informação se acomodasse, e então prosseguiu:

— Sem a abertura do Portão de Fogo — ou de qualquer outro elemento correspondente à sua afinidade —, você dependeria exclusivamente de sua reserva interna, esgotando rapidamente sua energia. Os sintomas seriam sonolência, exaustão física e mental, principalmente ao consumir quase toda a energia purificada do núcleo de sua Runa.

— Poderia me explicar melhor o porquê desses sintomas? — indaguei. — Quando abri o portão, senti a energia fluir por todo o meu corpo. Não deveria me sentir cansado sempre que utilizasse as artes arcanas?

Margareth balançou a cabeça em negação e, agachando-se, pegou um graveto. Começou a desenhar na terra nua. Esboçou uma pequena fogueira e, ao lado, uma figura humana simplificada — seus dotes artísticos eram limitados, pensei, contendo um sorriso.

— Imagine esta fogueira — disse, apontando para o desenho —, uma chama pequena, semelhante àquela que surgiu em sua mão antes de se intensificar. Para que essa chama cresça, é preciso alimentá-la com material combustível: madeira, folhas secas, óleo...

Ela desenhou a figura humana adicionando lenha à fogueira.

— Agora, pense da seguinte forma: a energia contida em seu núcleo rúnico é como esta madeira. Mas para obtê-la, você precisa de um esforço consciente, como acordar cedo, pegar um machado e derrubar uma árvore — ou coletar galhos já caídos. Essa madeira representa sua energia purificada — mais potente, porém mais difícil e demorada de acumular.

De fato... Acumular aqueles vinte e cinco por cento de energia purificada levou quase dez meses de meditação e esforço...

— Conseguiu visualizar a analogia? — perguntou.

— Sim — respondi.

Ela assentiu e prosseguiu:

— Agora, imagine que, durante um combate, você precise manter essa chama acesa utilizando apenas essa madeira. Logo estaria exausto — não apenas pelo esforço de lançar os feitiços, mas por estar consumindo sua energia vital, sua reserva mais preciosa.

Fez uma pausa e desenhou a figura jogando um líquido na fogueira.

— Mas agora, imagine que, para manter o fogo aceso, você utilize apenas um pouco de madeira no início... e depois passe a alimentar a chama com um líquido inflamável, como óleo ou diesel. Além de manter o fogo por mais tempo, você gastaria menos madeira e se cansaria muito menos. Esse líquido representa a energia ambiente — abundante, onipresente, porém neutra e instável por si só.

— Tudo que você precisa para fazer essa transição é abrir o portão elemental correspondente. Ao fazer isso, a energia purificada de seu núcleo — que carrega sua intenção e vontade — atua como catalisador, misturando-se à energia ambiente e a moldando. Sua vontade dá forma e propósito à energia neutra do ambiente, amplificando o poder de sua Arte Arcana com um dispêndio muito menor de sua reserva pessoal.

Ela ergueu o olhar, fixando-o no meu.

— E quanto mais elevado for seu grau hierárquico dentro da Runa, maior a quantidade de energia ambiente que você poderá controlar... e, consequentemente, mais poderosa sua arte se tornará.

Agora compreendia melhor a função essencial dos Portões... mas Margareth havia mencionado que me ensinaria a utilizar as artes arcanas sem os selos. Ela também explicara a necessidade de usá-los inicialmente para melhor compreensão... Presumo que, no momento oportuno, ela abordará essa técnica mais avançada.

— Além da energia purificada e da energia ambiente, para conjurar uma arte arcana — seja qual for — você precisa empregar sua imaginação e possuir um conhecimento básico sobre o efeito que deseja manifestar — acrescentou Margareth.

Ela então refez o selo para abrir o Portão do Fogo.

— Inflamma — disse, separando as mãos.

Duas chamas surgiram, uma em cada palma, dançando suavemente.

Quando executei o mesmo gesto, a chama surgiu sobre meus dedos... que apontavam para cima. Um alívio percorreu-me ao constatar que não apontavam para meu rosto.

— Como pode observar — continuou Margareth —, se eu não direcionar minha imaginação ou intenção, ou não pronunciar um comando específico, essas chamas permanecerão assim: fogo bruto, energia elemental sem forma definida, sob meu controle, mas sem propósito.

— Por que as chamas não nos queimam as mãos ou o corpo? — perguntei, ainda intrigado com a aparente imunidade.

— Porque sua força de vontade está imbuída na energia purificada, e esta, por sua vez, influencia e controla a energia ambiente que compõe a chama manifestada. Você só pode ser ferido por sua própria arte arcana quando perde o controle sobre sua energia e intenção — como ocorreu há pouco. Nesse momento, a energia retorna ao seu estado bruto e caótico, capaz de ferir indiscriminadamente.

Engoli em seco. Aquele erro poderia ter tido consequências graves... para mim ou para minha família.

— Mas lembre-se, Elian: embora sua arte arcana controlada não possa feri-lo diretamente, você não está imune às consequências secundárias que surgem após sua manifestação. Darei um exemplo — disse Margareth.

Pediu que eu recuasse cinco metros. Assim que me afastei, ela iniciou:

— Augue — disse, unindo as mãos brevemente.

Entre suas palmas, uma esfera de fogo do tamanho aproximado de uma bola de futsal surgiu assim que as separou.

Ela a lançou a cerca de um metro à sua frente. No instante em que a esfera tocou o solo, uma onda de calor secundária me atingiu — consideravelmente menor que a da flecha flamejante anterior.

Margareth então estendeu a mão direita sobre o local do impacto, e pude observar uma leve vermelhidão, uma queimadura superficial, formar-se em sua palma.

— Viu? — perguntou ela, mostrando a mão. — Enquanto a esfera de fogo estava sob meu controle direto, entre minhas mãos, ela não me queimava. Eu poderia tocá-la, manipulá-la, até mesmo deixá-la cair sobre mim — e nada aconteceria. Contudo, no instante em que ela cumpriu seu propósito — ao atingir o solo e liberar sua energia —, o calor residual que emanou dela me causou esta leve queimadura. Isso ocorre porque a energia, antes moldada pela minha vontade, dissipou-se, retornando parcialmente ao seu estado natural. O que restou foram apenas as ondulações energéticas resultantes da magia realizada. Isso se aplica a todos os elementos e suas manifestações. Exceto a Cura. A Cura é a única arte arcana intrinsecamente incapaz de ferir seu conjurador.

Olhei para ela e assenti, absorvendo a lição em silêncio.

— A partir de hoje, você começará a treinar sua imaginação e o controle sobre o elemento Fogo, que é sua principal afinidade — declarou Margareth. — Poderia instruí-lo nos outros elementos, mas não seria produtivo neste momento. Não que você não os aprenderá... mas iniciar com o elemento de maior sintonia ajuda a fortalecer e moldar sua Runa, além de dilatar seus Veios de Mana. Isso facilitará a assimilação da energia purificada e ambiente quando chegar o momento de aprender as artes dos demais elementos.

Fez uma breve pausa, inspirando profundamente antes de continuar.

— E também servirá para refinar sua mente e sua capacidade de visualização. Como mencionei: desde que possua conhecimento prático sobre o que deseja realizar, você pode criar novas artes... ou até mesmo aprimorar as já existentes — concluiu Margareth.

Criar novas artes...? refleti. Será que existem outras manifestações elementais? Como raios, por exemplo? Lembro-me de ter visto chamas e raios no brasão da Casa Stein...

— Mestra Margareth — chamei, a curiosidade me impelindo —, existem artes arcanas de raio?

Ela assentiu com um leve sorriso no rosto.

— Sim, existem. São artes derivadas do elemento Fogo. É uma variação bastante característica e utilizada pela família Stein.

Então apenas eles podem utilizá-las? Ou qualquer um com afinidade com Fogo também seria capaz?

— Qualquer pessoa com afinidade ao Fogo pode usar essas artes arcanas de raio? — perguntei.

— Não exatamente — respondeu ela. — É uma variante, ou, mais precisamente, uma arte divergente.

A arte do Raio diverge do Fogo primordial. Para utilizá-la, é necessária técnica específica e conhecimento aprofundado... algo que, no caso dos Stein, é tradicionalmente passado apenas dentro da linhagem familiar.

Veja meu caso: possuo afinidade com Fogo e Água. Contudo, não consigo utilizar artes divergentes do Fogo, como o Raio.

Já da Água... bem, posso manipular o Gelo. Observe.

Desta vez, Margareth não realizou nenhum selo manual.

— Será que... é assim que se utiliza magia sem selos? Pensei, observando atentamente.

— Glacies hastam — entoou ela com firmeza.

Runas brilharam em seus braços, como se fossem acesas por uma luz interior. Seus olhos mudaram de cor, adquirindo um tom azul-claro faiscante, emanando energia gélida. As runas em seus braços também assumiram a mesma tonalidade fria, e três lanças de gelo translúcido começaram a flutuar ao seu redor, pontiagudas e ameaçadoras.

— Minha arte divergente primária é o Gelo — disse, girando levemente as mãos, fazendo as lanças orbitarem ao seu redor. — Posso formar praticamente qualquer construto a partir dele: lanças, esferas, arcos... até mesmo tempestades de granizo, se a situação exigir.

Tudo que diverge da Água em sua forma fria, eu posso moldar.

As lanças desapareceram suavemente, como se sublimassem no ar, e as runas em seus braços se apagaram.

— Mas há um custo — continuou. — O consumo de energia para conjurar artes divergentes é significativamente maior.

Você pode utilizá-las, sim, mesmo abrindo os Portões...

Mas se fatigará muito mais rapidamente.

— Bem, vamos iniciar a prática — disse Margareth, com a serenidade de quem já testemunhou inúmeros aprendizes tropeçarem e se reerguerem.

— Quero que você crie pelo menos duas esferas de fogo. Não precisam ser grandes, visto que está apenas começando.

Lembre-se: visualize o que deseja e entoe “augue” para que o fogo tome a forma desejada.

— Parando para pensar... todos os encantamentos utilizados até agora derivam do latim... interessante.

Isso facilita consideravelmente para mim. Afinal, possuo conhecimento de latim de minha vida anterior — pensei, contendo um leve sorriso.

Mas é melhor focar e iniciar logo.

Fechei os olhos por um instante e respirei fundo, buscando centrar-me.

Cruzei as mãos à frente do peito, os dedos médios tocando o centro da palma oposta. Os polegares se entrelaçaram e os indicadores apontaram para cima — como se moldassem chamas invisíveis ascendendo aos céus.

— Inflamma — murmurei, separando lentamente as mãos.

Duas pequenas chamas, com cerca de dez centímetros de altura, tremeluziram em minhas palmas.

Mas o medo ressurgiu. E se eu perder o controle novamente? E se...

As chamas começaram a vacilar. Minha respiração tornou-se irregular.

Antes que o erro se concretizasse, senti o toque firme e tranquilizador de Margareth em meu ombro. O fogo se extinguiu suavemente, como um sopro.

— Você está com medo, Elian.

Lembre-se do que eu disse: o fogo não o ferirá, desde que mantenha o controle — disse ela, com um sorriso paciente e encorajador.

Fechei os olhos e tentei novamente.

Respirei. Concentrei-me.

Desta vez, repeti o gesto. E quando as chamas ressurgiram, o medo tentou retornar — como uma sombra persistente na periferia da consciência.

Mas então, recordei as palavras de minha mestra: “Você nunca estará sozinho.”

Naquele instante, os rostos de minha família surgiram em minha mente — não como visões fugazes, mas como lembranças vívidas e reconfortantes.

Maria e Beatriz, minhas duas mães.

Lucius e Roberto, meus dois pais.

Vivian e Luana, minhas duas irmãs.

A dor da perda ainda existia, especialmente a ausência física daqueles que ficaram na Terra. Mas eu sabia — não, eu sentia — que eles estavam comigo de alguma forma.

Mesmo os que partiram, continuam a viver em meus pensamentos... em minhas preces silenciosas.

E aqueles que estão aqui, nesta nova vida, me acolhem com amor e proteção incondicionais.

Com esse calor preenchendo meu peito, recuperei o foco e o controle.

Imaginei duas esferas compactas, do tamanho de bolas de baseball, feitas de pura chama controlada.

Então entoei: — Augue.

Duas esferas flamejantes, do tamanho exato que visualizei, surgiram em minhas mãos, estáveis e brilhantes.

Sorri. Pela primeira vez, eu havia criado minha própria arte arcana — ainda que rudimentar.

— Agora mire naquele alvo a vinte metros de distância — instruiu Margareth. — E lance.

Apontei as mãos. As esferas sibiliram pelo ar, deixando um rastro de calor... mas perderam força e caíram no chão antes de percorrerem sequer cinco metros.

Frustração. Decepção.

Eu almejava mais. Esperava um resultado melhor.

Mas então ouvi a voz suave de Margareth:

— Muito bem, Elian. Para uma primeira tentativa de moldar a chama, foi excelente.

Apesar do resultado aquém do esperado, ela me olhava com genuíno orgulho. E, por alguma razão inexplicável, aquele elogio sincero valeu mais do que qualquer acerto perfeito.

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