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Chapter 13 - Capítulo 13 – Sinais na Névoa

A calmaria não dura muito em mundos feridos.

Na manhã seguinte, acordamos com o cheiro de fumaça. Um vilarejo próximo havia sido queimado. Não por bandidos. Nem por bestas.

Mas por algo... metódico.

— A Ordem da Névoa passou por aqui — disse Velka, ao analisar os símbolos queimados nas casas. — Eles deixaram um recado.

Eu olhei para a parede da única construção que restava de pé.

Um selo cinzento, pintado com sangue: "O portador foi marcado."

— Eles estão me caçando.

— Não só você. Estão caçando tudo que se aproxima de você.

Os corpos não estavam ali. Não havia sangue. Apenas poeira branca e uma brisa gélida que não pertencia àquele lugar.

Eles queriam que víssemos. Que soubéssemos.

— Isso é um ritual, não é? — perguntei. — Um tipo de... punição.

Velka assentiu.

— Uma caçada. Começa com os sinais. Depois vêm os ecos — ilusões vivas que te perseguem, confundem e testam sua mente. Por fim, o Caçador da Névoa aparece.

— E quem é ele?

Ela hesitou.

— Ninguém sabe. Ele muda. Como se fosse escolhido pela própria névoa. Mas sempre aparece quando o desequilíbrio atinge um novo nível.

Toquei o solo. Senti algo vibrar por baixo — como um pulso invertido. A energia da torre ainda ecoava em mim, viva, agressiva.

— Eles têm razão em me temer — sussurrei.

— Não se perca, Akira.

— Não vou. Mas não vou fugir também.

Ao longe, vimos as sombras de uma figura encapuzada observando do alto de uma colina. Ela não se moveu. Não atacou. Só observou.

Velka puxou a capa.

— Eles querem que você quebre. Mentalmente. A caçada é lenta. Dolorosa. E solitária.

— Então eu não posso estar sozinho.

Ela me encarou.

— Não está.

E naquele instante, mesmo com o medo, a raiva e as dúvidas... algo dentro de mim queimava com mais intensidade que tudo isso:

Determinação.

A caçada havia começado.

E eu não seria a presa por muito tempo.

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