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Chapter 2 - CAPÍTULO 1

Gustav acordou no imenso vazio do espaço, viu a esplendorosa terra girando de longe, ao olhar para o chão viu que estava em pé em nada mais nada menos que na lua. Ele suspirou cansado.

-Só pode ser brincadeira... –Passou as mãos pelo corpo, principalmente no lugar onde fora baleado. –Se eu morri mesmo espero que você morra com um garfo enfiado no rabo Jhon, seu cozinheiro de oitava categoria, desgraçado narcisista, eu juro por Deus que vou atormentar sua alma até o fim dos tempos! –A voz do homem estava coberta de raiva.

-Você é bem engraçado, sabia disso? –Gustav se assustou ao ouvir uma voz ao seu lado. Era um homem velho, com uma barba longa e branca, assim como seus cabelos longos que estavam cobertos por um chapéu pontudo, usava um longo manto preto que chegava até o chão.

- Quem é você, Deus? –Perguntou Gustav erguendo a sobrancelha.

-Se quiser me chamar disso pode ficar a vontade, mas eu prefiro que me chame apenas de Destino. –A voz do velho passava um sensação de um homem sábio.

"Deus parece bastante com o Gandalf." –Pensou Gustav.

-Vi que esse era seus livros e filmes favoritos, achei que seria menos desconfortável falar com você nessa forma. –Disse Destino.

-Você...

-Sim, consigo ler sua mente, assim como consigo sentir sua indignação por mim. –O sorriso de Destino parecia até de zombaria.

-E como não sentiria? Você deve ser onipresente -o velho assentiu, ainda com um sorriso-, viu minhas condições, como nasci, na família em que nasci, e na forma como vivi.

-Ah sim – o velho estalou os dedos e um pergaminho se estendeu, era tão longo que descia até o chão e se esticava por pelo menos 100 metros-, nasceu em um país sub-desenvolvido na América do Sul, uma família extremamente pobre, seus pais passavam os dias catando lixo para lhe oferecer algo melhor, ótimas pessoas, diga-se de passagem.

Gustav sentiu um aperto no peito. Sim eram ótimas pessoas, seus heróis e inspiração para tudo que fazia.

-Você foi uma criança muito esforçada, viu em que situação nasceu e decidiu dar a volta por cima através dos estudos, conseguiu uma bolsa para estudar na França, gastronomia, foi um prodígio nessa área, ficou sem falar com os pais por um bom tempo, focou tanto em querer dar algo melhor a eles, que esqueceu de algo ao qual eles prezavam mais do que o dinheiro –o velho fez um som de negação com a língua-, ts, ts, ts, vocês sempre fazem isso, mas foi louvável, você os deixou de lado por um tempo para construir algo para eles, muitos só esquecem de quem lhes deu a vida e amor. Continuando... Deixou coisas como amizades, romances e qualquer tipo de laço de lado, inclusive aqui diz que você é virgem. Diga-me, quando começou a ganhar dinheiro não pensou em pelo menos contratar uma mulher para resolver isso?

Gustav ficou vermelho. –Você já tentou criar um prato que revolucionaria o mundo da gastronomia? É difícil.

-Que desculpa idiota. –Debochou Destino. –Ah, eu adoro essa parte, me xingou durante 28 minutos seguidos no dia que descobriu a doença de seu pai. Parafraseando: Deus eu odeio que você tenha desgraçado minha vida, eu não posso mesmo agradecer aos pais que lutaram por mim? Você precisa mata-los antes disso acontecer, seu pedaço diarreia. –ele riu-, eu gostei disso. –Ele enrolou o pergaminho. –Depois disso você começou a dar o que eles queriam de você, atenção, você fez bem em deixar de lado por um tempo essa ganância por querer mostrar aos seus pais e ao mundo que aqueles que vem do lixo são tesouros enterrados.

-Eu prometi a minha mãe que serviria a ela quando viesse para a inauguração do meu restaurante, – a voz de Gustav ficou triste, seus olhos marejados-, você não pode só me deixar mandar uma mensagem a ela para não vim? Ou melhor, me permita ao menos oferecer um prato a ela, depois o senhor pode me puxar de volta.

Ele negou com a cabeça, seu sorriso sumiu, e até ele pareceu ficar triste.

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