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Temporal Rift: One Last Chance

Veyros
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Synopsis
When Earth collapses, a team is sent to explore time and save the world. But each journey exacts a price.
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Chapter 1 - Amigos?

— Hum...? O quê...?

Eu peguei no sono... Que horas será que são agora? Não sei, mas acho que já deve estar na hora do intervalo...

Eu, Kai Ashford, sempre achei que todos desta escola são... como eu posso chamá-los? Ah, já sei a resposta! Homo sapiens. Porque todos se comportam de maneira imprudente. Já eu sempre penso antes de fazer tudo.

Nesta sala há exatamente vinte e dois alunos: dez meninos, contando comigo, e doze meninas. Todos têm amigos, menos eu... Porque, desde que me mudei para Tóquio, fiquei focado só em estudar. Mas acho que está na hora de eu fazer alguns "amigos". Ou pelo menos tentar... Porque, desde a última vez que eu tive amigos... é... foi complicado.

Eu tinha apenas treze anos quando meus amigos me traíram. Foi numa tarde no colegial. Eu estava sentado na minha mesa quando eles vieram e se sentaram ao meu lado. Perguntei o que tinha acontecido, pois estavam com olhares estranhos, como se algo estivesse errado.

— O que aconteceu, gente? — perguntei.

— Venha com a gente! — todos disseram ao mesmo tempo.

Enquanto seguia, percebi todos da escola me encarando e rindo, mas tentando disfarçar. Quando paramos, estávamos na frente da fonte da escola. Vai por mim: ela é bem alta.

— Tire suas roupas, Kai. Fique apenas de cueca e suba na fonte! — disse um deles.

— O quê?! Não! Por quê? — respondi.

— Agora! — gritou outro.

Naquele momento eu me senti humilhado até demais. Não sabia ainda, mas esse foi o dia que me deixou do jeito que sou hoje.

— Tá... deve estar na hora do intervalo. Melhor eu ir comer agora.

Enquanto eu comia tranquilo e sozinho, um garoto se aproximou e perguntou se podia se sentar. Eu disse que sim. Fiquei observando: havia algo nele que me passava confiança. Tive a sensação de já tê-lo visto antes. Assim como eu, ele também não tinha muitos amigos. Quase como se fosse... igual a mim.

— Com licença, qual é o seu nome? — perguntei.

— Hã? Meu nome? Meu nome é Felix. — respondeu.

— Acho que está na hora de eu tentar fazer amigos... — sussurrei.

— Você disse algo? — perguntou Felix.

— É... não. Mas você gostaria de ser meu amigo? — perguntei.

— Ah... claro, eu gostaria sim. — respondeu ele.

Naquele momento senti uma nostalgia enorme. Depois de tanto tempo... finalmente, um amigo.

— É... o sinal já bateu. Acho melhor irmos para a aula agora... — disse Felix.

— Verdade. Até mais tarde. — respondi.

— Até... — disse ele.

A gente acabou conversando bastante sobre várias coisas. Esse tal de Felix aí fala muito. Muito mesmo! Mas agora tenho aula de matemática e, se eu chegar atrasado, o professor vai me matar...

É... hoje foi um dia muito doido. Mas agora só quero chegar em casa e assistir um pouco de televisão.

— Ué... noticiário a essa hora?

— Hoje, às oito horas da noite de uma segunda-feira, foi avistado um fenômeno no céu de Tóquio. Os cientistas estão tentando entender o que seria isso, mas até o momento eles supõem que seja algum tipo de fenda temporal. As autoridades pedem que todos fiquem dentro de suas casas até confirmarmos se essa coisa é segura! — disse a repórter.

— Fenda temporal? Isso parece aqueles filmes de ficção científica! — murmurei.

— Ei, Kai! Vai lá no mercado comprar umas cenouras pra eu fazer uma sopa! — gritou minha mãe.

— Claro, já estou indo. — respondi.

Quando saí na rua e olhei para o céu só para me certificar dessa tal fenda temporal, eu me surpreendi... Ela realmente estava lá. Gigante, cortando o firmamento como uma cicatriz no azul. Eu conseguia sentir sua presença. Era como se estivesse... me chamando...