Kitahara ficou tão empolgado que até esqueceu de responder ao "tchau" das duas lolis. Só quando Oguri Cap e New Light o cutucaram que ele percebeu que Tazuna Surukawa já tinha ido embora levando as duas para longe.
…Droga, justo agora eu fui ficar viajando? Que oportunidade perfeita pra sequestrar… cof, recrutar elas…
"Kitahara, por que você ficou parado com cara de morto-vivo agora há pouco?"
"…Ah, nada demais," respondeu ele, fingindo naturalidade. "Vamos esperar um pouco na salinha do lado da enfermaria."
Enquanto caminhava, tentando esconder o sorriso idiota no rosto, não conseguia evitar a excitação dentro de si.
Ele simplesmente não esperava encontrar as versões loli de duas lendas do hipismo: Opera O e Meisho Doto.
Em outro mundo, elas eram absolutamente monstros lendários. Mesmo entre as estrelas mais brilhantes, elas estavam no topo.
Opera O: 14 vitórias em 26 corridas. Seu pior resultado? Quinto lugar.
Dominou as provas de cavalo adulto, venceu a Tríplice Coroa de Outono, garantiu 7 títulos G1, passou o ano 2000 inteiro invicta, levou o título de Cavalo do Ano, quebrou recordes de premiação e ainda entrou no Hall da Fama.
Durante as corridas, nem precisava ser estimulada com chicote — ela vencia sozinha.
Até no Arima Kinen de 2000, quando ficou cercada e o jóquei quase desistiu, ela por conta própria achou uma brecha e venceu.
A majestosa "Imperatriz do Fim do Século."
E o mais absurdo? Apesar de tantas conquistas, no início ela valia menos de 1% do prêmio total que ganharia, e sua equipe de treinamento era composta por iniciantes que mal sabiam o que estavam fazendo!
Uma estrela dessas… não tinha como não brilhar.
Já Meisho Doto também tinha um ótimo histórico — 10 vitórias em 27 corridas.
Mas o que fazia Kitahara rir não eram as vitórias dela… e sim o azar.
E esse azar… tinha nome e sobrenome: Opera O.
25/06/2000 — Takarazuka Kinen (G1): Meisho Doto 2º | Opera O 1º
29/10/2000 — Tenno Sho (Outono) (G1): Meisho Doto 2º | Opera O 1º
26/11/2000 — Japan Cup (G1): Meisho Doto 2º | Opera O 1º
24/12/2000 — Arima Kinen (G1): Meisho Doto 2º | Opera O 1º
29/04/2001 — Tenno Sho (Primavera) (G1): Meisho Doto 2º | Opera O 1º
Cinco confrontos.
Cinco derrotas.
Cinco segundos lugares.
Mesmo quem não entende nada de corrida consegue sentir a dor.
Perder cinco vezes seguidas para a mesma oponente é sofrido demais — mas ficar em segundo em todas elas mostra o quanto Doto também era incrível.
E no Takarazuka Kinen de Junho de 2001, ela finalmente venceu Opera O.
Mas aí já era tarde… sua fama como coadjuvante estava eternizada.
E os fãs a apelidaram carinhosamente de…
"Vice-Imperatriz do Fim do Século."
"…É coincidência demais," pensou Kitahara, se apoiando na cadeira da sala de espera. "Eu trago Oguri Cap e New Light pra passear e dou de cara justamente com a Imperatriz e a Vice-Imperatriz em versão loli…"
Será que isso já é destino se manifestando? Será que no futuro as duas ainda vão disputar o primeiro lugar assim?
Mas falando em destino… Oguri Cap e Opera O até têm uma ligação.
Na outra realidade, Oguri não pôde participar das corridas clássicas da Tríplice Coroa por restrições da JRA. Depois disso, as regras mudaram — e Opera O foi uma das beneficiadas.
E antes de Opera O entrar na corrida clássica Satsuki Sho, havia discordância na equipe dela. Quem defendeu com unhas e dentes sua entrada extra?
O treinador de Oguri Cap — Seguchi Tsutomu.
Se ele não tivesse insistido, talvez Opera O nunca tivesse vencido seu primeiro G1.
Ou seja… em outra vida, Oguri pavimentou o caminho da Imperatriz.
E agora, neste mundo, o destino… parecia prestes a se repetir.
Kitahara olhou discretamente para Oguri Cap ao lado.
Ela e New Light estavam conversando justamente sobre Opera O e Meisho Doto.
Percebendo o olhar dele, Oguri virou-se e perguntou:
"Kitahara, você já ouviu falar daquelas duas crianças?"
"…Não."
("Pelo menos não neste mundo," pensou.)
"Por quê?"
Oguri ficou pensativa.
"Aquela garotinha com brincos… alguma coisa nela me deixa inquieta."
"Minha intuição diz que… mesmo sendo pequena agora, quando fizer Banggéhua… ela vai ser muito, muito forte."
Intuição afiada como sempre… digno de Oguri Cap.
No anime, Opera O e Meisho Doto aparecem já com 16 ou 17 anos — ou seja, já Banggéhua.
Aqui ainda são lolis. Pela idade, faz sentido.
Oguri nasceu em 1985. Opera O e Doto em 1996. Nove anos de diferença.
Ou seja… quando Oguri estava brilhando nas pistas, as duas ainda estavam comendo areia no parquinho.
Se é assim… então o plano de recrutamento precisa considerar a linha do tempo.
Tamamo Cross, Super Creek, Inari One e as outras da geração de Oguri já devem estar Banggéhua.
A próxima geração — McQueen, Ryan, Teio, Nice Nature — nasceu entre 87 e 88.
A próxima depois — Rice Shower, Sakura Bakushin O, Winning Ticket, etc — entre 89 e 90.
Essas ainda devem ser crianças.
E mais novas ainda — Narita White Kernel, Heavy Gun, Air Groove…
E as mais novas que nasceram depois de 96 — Silent Suzuka, Special Week, El Condor Pasa, Agnes Digital, Manhattan Cafe…
Todas lolis!
Lolis são muito mais fáceis de sequestrar— digo, recrutar!
Eu não posso me limitar às que já estão ativas. Não, não, não!
Eu vou mudar o mundo das Uma Musume inteiro — então eu preciso de TODAS AS GERAÇÕES!
Segunda geração, terceira, quarta…
Eu quero todas!
Kitahara já tremia de empolgação, prestes a sair correndo para invadir os dormitórios e—
…Olhou para fora. O céu já estava escuro.
Se um homem adulto começa a rondar os dormitórios procurando lolis à noite…
Provavelmente seria preso.
Se não linchado.
Nesse momento, Tazuna Surukawa voltou caminhando calmamente pelo corredor.
Kitahara respirou fundo.
O plano teria que esperar.