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Chapter 35 - Nasce um Grande Mestre

Ao entardecer, na Mansão Allbi...

 

— O que? Ele ainda não acordou? — O filho mais velho da família, Aloise, demonstrava uma enorme preocupação em seus olhos, ele temia que algo viesse a acontecer com toda a sua família. — Maldição!

 

Se sentindo completamente culpado, Aloise estava amargamente arrependido em convidar Zhou.

 

Logo de início, Aloise culpou Karion, pois pensava que ele havia feito alguma coisa contra, mas os conselheiros estavam observando sorrateiramente de longe, apenas por precaução, e tudo o que eles presenciaram foi apenas uma conversa normal, depois de Karion se retirar, os conselheiros retornaram, após isso, Zhou cultivou por volta de quinze minutos antes de apagar, seus subordinados estavam furiosos com esse acontecimento, de início, houve uma certa discussão entre eles, mas tudo foi apaziguado, por enquanto.

 

Entre a multidão que estava no quarto, preocupados com a saúde de Zhou, havia alguém que desconfiava desse mal súbito, na verdade, para ele não era impossível que Karion fosse o responsável.

 

Este homem era Netay, após olhar profundamente no rosto adormecido de Zhou, ele disse em seu pensamento: — Bem feito, minhas palavras não foram o suficiente para se contentar.

 

Afinal de contas, o que Netay sabia?

 

O chefe da Família não enxergava aqueles dois irmãos como seus sobrinhos, estava longe disso, ele os considerava Monstros, Deuses ou Demônios, havia muitas coisas para se pensar a respeito.

 

Em sua mente ele sempre dizia a si mesmo...

 

— Gostaria que ele fosse embora o quanto antes possível, temo que aquelas coisas tragam problemas sérios a minha cidade...

 

Com os dedos da mão apoiando a testa, Netay encarava a mesa vazia, muitas coisas se passavam em sua mente.

 

— Urf! Eu vivia tão feliz...

 

Trinta anos atrás...

 

Alcancei a posição de chefe da família ainda jovem, outrora, sempre fui o verdadeiro líder, eu, meus irmãos e primos éramos aqueles quem governava a antiga cidade de Ferni, agora chamada de Lifor. Esses eram os tempos em que realmente sentia prazer em viver, ignorante as complexidades do Universo.

 

Em uma certa noite, enquanto caminhava tranquilamente admirando as estrelas no vasto e limpo céu, aquelas coisas... emergiram diante dos céus, descendo das estrelas... não era apenas dois, aqueles que se diziam ser meus irmãos mais velhos, e quem tomou a minha posição de chefe...esses Demônios!

 

Não, isso é pouco para descreve-los. Ao mesmo tempo, o nível de complexidade de suas existências era algo além da imaginação.

 

— São Deuses!

 

Aqueles malditos pronunciaram algo sobre viver em família nesse lugar, uma peça de um teatro que eles mesmo montaram, enquanto traços de lembranças, de conhecimento exalavam de si ou que quer que fosse aquilo, eu sei que minha imaginação não consegue acompanhar o que eles verdadeiramente são... É loucura! Loucura!! Todas as malditas vezes que isso me vem à mente, fico louco! As lembranças simplesmente criam vida!... eles estão lá... na minha memória, me veem, leem meus pensamentos em um ciclo sem fim.

 

QUE TIPO DE MEMÓRIA CRIA VIDA E AGE NATURALMENTE E INDEPENDENTEMENTE?! SÃO MINHAS LEMBRANÇAS, PORRA!!! NEM MESMO A IMAGEM DE DEUS DEVERIA SER CAPAZ DE ALGO TÃO INSANO! E ELES AINDA EXERCEM PODER SOBRE O MUNDO! ESSAS COISAS REALMENTE SÃO POSSÍVEIS?...

 

Deuses também é pouco para descreve-los! Nunca tive uma real explicação e nem quero! Tudo o que fortemente desejo é que... eles desapareçam!

 

No fim, todos ao meu arredor foram manipulados, de repente, meus irmãos e sobrinhos o reconheceram como família, inventando lembranças que nunca existiram, e então, eles pouparam somente a mim... preferia mais cair nessa manipulação e esquecer tudo o que vi aquele dia do que ser amaldiçoado dessa forma, eu tenho medo, por muito tempo sentia que mais e mais minha sanidade estava sendo dilacerada.

 

Não entendo qual o objetivo deles, por possuírem... esse tipo de poder, isso ao menos pode ser chamado de poder? O que fazem eles agirem assim? São idiotas, imbecis ao extremo? Ou algo além da minha compreensão? Quem pode teorizar sobre as suas ideias?!

 

— Hahahaha.

 

Um dia, de repente, a maioria deles simplesmente sumiram, e assim mais lembranças falsas foram criadas, um velório que nunca existiu, mas dois deles ainda permaneceram aqui... mais um pouco, só preciso aguentar mais um pouco, imagino que todas essas coisas foram devido a Zefren, tudo está em volta daquele garoto, o que diabos ele é? Filho? Aquelas coisas ao menos possuem filhos? ... não, levando em conta o que eles fazem, ter filhos é o de menos... eles devem ir embora assim que Zefren conseguir entrar para a Seita, espero, torço para que consiga! Torço para que seja isso! Ele deve conseguir! Ele tem que conseguir...

 

...

 

No quarto onde Zhou está de repouso...

 

Ainda havia algumas discussões entre os membros da casa e os subordinados, nesse bate boca, Zhou finalmente acorda para a alegria de todos.

 

— I-Irmão Zhou!! Estou tão feliz que você tenha acordado, como está se sentindo? — Aloise suspirou em alívio, ele temia que algo pior acontecesse a qualquer momento.

 

A primeira impressão de todos era de que Zhou havia sofrido uma forte queda mental, a razão disso eles não conseguiam entender, por outro lado, Aloise sentiu que o futuro de sua família estava seguro agora, ajoelhando-se completamente aliviado.

 

— Mestre Zhou, como o senhor se sente? — Perguntou um de seus guardas leais.

 

— O que aconteceu com o senhor Mestre? Nos deu tamanho susto, de início pensei que o Mestre estava morto.

 

— Céus... que alívio!

 

Havia algo de estranho nele, todos puderam perceber isso, aliás, a aura que ele emitia estava se tornando mais e mais densa, tanto ao ponto de que poderia fazer qualquer Guerreiro de Ouro apagar.

 

— Eu...rompi o Estado Inferior.

 

Apesar da afirmação, Zhou não possuía qualquer expressão de ânimo, mas também não estava triste, parecia normal, mas não o suficiente, ele disse aquilo tão casualmente como se fosse algo irrelevante, mas para todos que estavam ali foi um enorme choque, era o nascimento de um novo Grande Mestre.

 

— O QUE?!

 

No mundo atual, era algo completamente difícil romper o Estado Inferior, mesmo os maiores prodígios envelheciam estagnados na Fase Diamante, parece que era necessário alguma coisa para se romper, ou simplesmente uma ocasião do destino, de modo geral, a grande maioria dos artistas marciais morreriam sem qualquer ideia de como seria romper o gargalo do Estado Inferior.

 

Enquanto isso, no pátio da casa dos Allifests...

 

— Aquilo foi incrível, eu consegui pular no ar, ainda não acredito. — Durante a tarde, Zefren contava seu feito a seus irmãos com expressão de felicidade, por mais que ainda não fosse proficiente, com bastante esforço, logo, logo ele alcançaria a perfeição de seus movimentos, os dois irmãos mais velhos trocaram olhares satisfeitos, estavam sorridentes.

 

A conversa prosseguiu por um tempo, até chegarem a uma questão que preocupava o caçula.

 

— Quanto a isso, não precisa se preocupar, foi ele quem quis duelar. — Disse Karion, totalmente despreocupado.

 

— Mesmo assim mano, tenho medo de que ele possa fazer algo contra você, sinceramente nunca gostei dele, talvez por ser o próximo na sucessão, ele me passa um ar de quem pode fazer qualquer coisa pra conseguir o que quer. — Disse Zefren, alertando seu irmão mais velho sobre possíveis perigos no futuro.

 

— Você acha que ele é pior do que o Udon?

 

— ... Os dois são uma completa merda.

 

— Hm em todo caso, é melhor você se preparar, Zya e Asgn serão grandes adversários pra você.

 

Karion simplesmente ignorou seu aviso, mas Zefren já estava acostumado, ele apenas continuou: — Tem razão, eles estão bem à frente de mim..., mas vou fazer o que posso.

 

Por um momento, observando os dois conversarem, Hila aos poucos foi perdendo seu sorriso, agora triste, ela olhava fixamente para seu irmão caçula sentindo um pesar em seu peito, Zefren percebe sua tristeza e tenta consola-la, talvez ele tenha imaginado que o motivo de sua tristeza era devido a uma possível retaliação de Aloise, mas não era isso, Zefren era o único que não sabia o real motivo, Karion virou seu rosto como se sentisse pena dele.

 

Abrindo um sorriso, Hila pôs sua mão na cabeça de seu irmão, o puxando para perto, dando um beijo em sua testa, e dizendo:

 

— Quero que você saiba querido da maninha... sua mana te ama... e o seu mano também te ama, por isso... aconteça o que for, siga em frente, seja forte, você tem um grande caminho a percorrer, não se deixe abalar por nada, nada...

 

— Mana...

 

Apesar de não entender muito bem o porquê disso, Zefren não se importou, ele estava feliz por ter sua família, tendo seus irmãos por perto, para ele, aquilo era tudo.

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