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Hogwarts: Renoir the Artificer

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Synopsis
Após sua morte, um homem comum desperta no corpo de Renoir Lucien Dessendre, o lendário antagonista de Clair Obscur: Expedição 33. Mas o mundo ao seu redor não é o do jogo, mas sim o universo de Harry Potter, onde a magia e o Chroma coexistem de formas que ninguém compreende. Preso por sete anos dentro do Canvas Total, Renoir finalmente rompe o selo deixado por seu antigo “eu” e ativa o Sistema Expedicionário, uma força misteriosa que lhe concede missões, habilidades e itens do antigo jogo. *** Joguei Clair Obscur Expedição 33 e só queria escrever alguma coisa sobre o jogo. Escolhi o mundo de Harry Potter porque magia e Chroma pareceu combinar para mim.
Table of contents
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Chapter 1 - Clair Obscur

Gotas pesadas de chuva caíam sobre toda Londres. O vento uivava, e trovões dominavam o céu noturno.

Em um castelo mágico, acima de uma colina na Escócia, um velho se preocupava com os quadros do corredor.

Os quadros estavam quietos demais. O que seria normal em outros lugares, ali, em Hogwarts, era tudo menos normal.

Dumbledore percorreu lentamente o corredor, observando cada uma das pinturas encantadas. As tintas estavam tão brilhantes quanto sempre, sem dano visível e nenhuma modificação mágica à vista.

Na verdade, os quadros pareciam mais vivos que o normal. E isso o confundia. Estando saudáveis, não deveriam estar mais animados?

Cansado de segurar sua própria curiosidade, Dumbledore voltou para a sala do diretor.

Os quadros dos antigos diretores também estavam em silêncio. Ele suspirou.

"O silêncio é perfeito para refletir, porém silêncio demais representa preocupações."

Percebendo que havia atraído a atenção deles, Dumbledore perguntou.

"Poderiam dizer a este velho o que os aflige? Afinal, essa aflição parece se espalhar por todo o castelo."

Os antigos diretores ficaram quietos por alguns segundos, até que uma velha diretora falou:

"Ele está voltando."

Os demais quadros assentiram.

Os olhos de Dumbledore se arregalaram.

"Voldemort? Tom está voltando?"

Ele sabia que Voldemort não estava realmente morto e que voltaria um dia, mas nesse momento ele deveria ser apenas um fragmento do que um dia já foi, um espectro moribundo.

"Isso não deveria ser possível. Não ainda."

Dumbledore balançou a cabeça, incrédulo. Ele mesmo havia sentido a presença de Voldemort em Quirrell.

"Não Voldemort." Respondeu, mal-humorado, o quadro de Phineas Black. "O Artífice, Alvo. Quem está voltando é o Artífice."

Mais uma vez, os olhos de Dumbledore se arregalaram.

"Renoir? Ele virou um fantasma?" Agora mais calmo, Dumbledore refletiu. "Com sua obsessão por arte, não seria impossível. Mas para um bruxo tão poderoso se tornar um fantasma ainda é raro."

Dumbledore via Renoir como um igual. Ambos haviam estudado juntos e se tornaram professores em Hogwarts quase ao mesmo tempo.

Em seu auge, Renoir esteve ombro a ombro com ele e Grindelwald. Naquela época, eram conhecidos como os únicos arquimagos do milênio.

Renoir desprezou o título e deu a si mesmo outro: Artífice. Aquele que pinta com a alma.

Dumbledore e Grindelwald também não ligaram.

Com o tempo, o título de arquimago caiu em esquecimento.

Anos depois, Dumbledore seria chamado de o maior mago branco, e Grindelwald, de lorde das trevas. Títulos diferentes, caminhos separados.

Antes de desaparecer, Renoir mandou cartas para os amigos próximos, afirmando que se retiraria do mundo bruxo e viveria o resto dos dias pintando em paz.

"Mesmo sendo uma pena, ainda estou feliz em reencontrar um velho amigo." Suspirou Dumbledore.

Phineas jogou um balde de água fria sobre o otimismo do diretor.

"Não como fantasma, Alvo. O Artífice está voltando em carne e osso."

"E tinta." Completou o quadro de Armando Dippet.

Suspirando mais fundo, Dumbledore — que já havia sido corrigido duas vezes, decidiu guardar suas conclusões para si mesmo e evitar mais constrangimento.

'Ficar envergonhado duas vezes por noite já é meu limite' Pensou o diretor.

"Entendo." Ele não entendia. "E como sabem que é Renoir? E que ele está voltando mesmo?"

"O Chroma." Disse Armando. "O Artífice espalhou seu Chroma por 99% das pinturas do castelo."

"Você é aquele 1% restante." Zombou Phineas Black.

"Primeiro, eu não deixaria aquele lunático mexer na minha moldura." Explicou Armando. "Segundo, quando ele era professor aqui, eu ainda era diretor, então não havia quadro meu para ele modificar."

Os outros quadros apenas balançaram a cabeça, desamparados.

"O Chroma que Renoir deixou em Hogwarts está reagindo a ele?" Perguntou Dumbledore. "Lembro-me de que a influência do Chroma foi diminuindo gradualmente após sua suposta morte."

Chroma era a magia única de Renoir.

Ele explicou uma vez para Dumbledore.

"O Chroma existe em todas as coisas. A magia o fortalece, e a emoção lhe dá forma."

Logo após dizer isso, Renoir usou seu Chroma para dar vida a uma pequena criatura feita de madeira, a qual chamou de gestral, um ser falante e curioso.

Inicialmente, Dumbledore achou que fosse apenas transfiguração, mas sentiu vida naquela criatura.

"O Chroma é a força vital de todos os seres vivos. Eu compartilhei um pouco do meu Chroma com ele, dando-lhe assim vida." Afirmou Renoir na época.

Aquela foi a primeira vez que Dumbledore ficou chocado com o quão profundo a magia podia ser.

Naquele tempo, não foi só ele, todo o mundo bruxo ficou abalado.

Renoir afirmava que aquilo não era magia, e sim, arte.

Os jornais o chamaram de artista divino.

Porém, Lorcan McLaird, o ministro da época, tomado pelo medo, declarou que qualquer feitiço baseado em Chroma era estritamente proibido.

Os demais chefes de departamento concordaram com unanimidade. Assim nasceu a lei que baniu toda forma de magia cromática.

Entretanto, apenas Renoir e sua esposa, Aline, usavam Chroma. Essa lei foi feita por medo exclusivamente para eles.

O casal simplesmente não levou essa lei a sério, e continuaram pintando como sempre.

Então o Ministério cometeu o terrível erro de tentar confiscar não apenas as pinturas de Renoir e Aline, como também o pequeno gestral, Noco.

E pela primeira vez, o Ministério da Magia sentiu o verdadeiro terror. Eles foram lembrados do por que Renoir havia sido chamado de arquimago.

Graças à intervenção de Dumbledore e Aline, a fúria de Renoir foi apaziguada.

O Ministério recobrou a consciência e revogou a lei no dia seguinte.

Departamento de mistério, ficou fascinado pelo poder do Chroma, e começou a estudar essa magia única do Artífice.

Mesmo assim, meio século depois, ninguém conseguiu entender o Chroma, muito menos usá-lo.

Nem mesmo, o maior bruxo branco, Alvo Dumbledore.

'Eu não tenho o talento artístico necessário.' foi essa a conclusão dele na época.

Tirando seus pensamentos do distante passado, ainda sentado em sua cadeira, Dumbledore esperou o quadro responder.

"Sim. Após o sumiço do Artífice, há cinquenta e dois anos, o Chroma foi ficando cada vez mais fraco, quase inexistente... até vinte minutos atrás." Disse o quadro de Dilys Derwent.

"O Chroma está se recuperando a uma velocidade incrível. Baseado nisso, o jovem Renoir estará de volta em pouco mais de dez minutos."

Dilys sempre adorou Renoir.

Quando soube que o Chroma era essencialmente força vital, ela logo pensou em sua aplicação na magia de cura, da qual era especialista.

Usando Chroma, era possível curar não apenas feridas físicas, mas também danos mentais.

Dilys e Renoir passavam horas conversando, com ela tentando, sem sucesso, convencê-lo a se tornar um bruxo curandeiro.

Armando Dippet permitia a presença de Renoir em sua sala porque, no início, acreditava que ele seria o próximo diretor de Hogwarts.

Mas, como ele mesmo disse, Renoir era um lunático obcecado por arte.

Dumbledore se perguntava o motivo de seu velho amigo sair do isolamento, e, mais ainda, como ele ainda estava vivo.

A carta de despedida de Renoir deixava claro que ele estava pronto para o descanso final.

Algo deve ter acontecido para fazê-lo mudar de ideia.

"Então, Renoir... o que você pretende?" Murmurou Dumbledore.

Enquanto Hogwarts se preparava calmamente para o retorno do Artífice, no subterrâneo de Londres, as coisas talvez não fossem tão calmas assim.

Ministério da Magia, Área Restrita

Departamento de Mistérios

Durante décadas, aquele lugar permaneceu em silêncio.

Mas naquele dia, tudo mudou.

Equipamentos antigos, cobertos de poeira e feitiços de preservação, começaram a vibrar e emitir luzes.

Detectores de Chroma, armazenadores de tinta mágica e medidores cromáticos, todos se ativaram ao mesmo tempo, como se algo os tivesse despertado.

O som metálico das runas pulsando ecoava pelos corredores frios.

Era como se o próprio Departamento de Mistérios tivesse voltado a respirar.

Elias Thorne, o atual diretor dos Inomináveis, observava em silêncio o enorme cubo azul no centro da sala principal.

O objeto, há muito tempo adormecido, agora brilhava com intensidade crescente, pulsando como um coração.

Os bruxos ao redor trocavam olhares confusos.

Alguns trabalhavam ali havia vinte, trinta, até quarenta anos e jamais viram aqueles equipamentos funcionando.

Mas Elias, com seus oitenta e quatro anos e mais de meio século de serviço, sabia exatamente o que estava vendo.

E o que viu fez seu rosto empalidecer.

O cubo não era apenas uma ferramenta mágica.

Era um detector de Chroma, criado pessoalmente por Renoir Dessendre, o lendário Artífice.

Quanto mais intenso o brilho, maior a concentração de Chroma nas redondezas.

E o brilho estava quase cegando os presentes.

O problema era simples.

Quando Renoir deixou o Departamento, a energia de Chroma desapareceu aos poucos até sumir completamente. Desde então, os aparelhos nunca mais haviam reagido.

Elias sentiu um arrepio percorrer a espinha.

Por mais absurdo que seja, não havia outra explicação.

Depois de cinquenta e dois anos, Renoir Dessendre estava de volta.

No mundo bruxo atual, essa notícia era um desastre.

O retorno de um bruxo lendário não era algo a ser celebrado, apenas um Dumbledore já era o suficiente.

Para o Ministério, era quase tão alarmante quanto o renascimento de Voldemort.

Renoir não era um bruxo comum.

Ele já havia sido Diretor dos Inomináveis e o maior especialista em magia experimental do século.

Antes de desaparecer, deixou algo para o Ministério, uma pintura mágica chamada Pintura Cromática, que continha todo o seu conhecimento sobre arte e magia Chroma.

A pintura era o Legado de Renoir.

Ele havia deixado instruções claras, o Ministério poderia estudá-la por seis meses, mas depois deveria enviá-la a Hogwarts, onde jovens artistas e magos, se dignos, poderiam herdar o legado de um bruxo lendário.

Mas o Ministério nunca cumpriu a promessa.

Renoir confiou e esse foi o seu erro.

Quando ele entrou no Tela, os Inomináveis decidiram adiar o envio.

Primeiro, de seis meses para um ano. Depois, para tempo indeterminado.

Com o tempo, o acordo caiu no esquecimento.

Os bruxos que sabiam da promessa morreram ou se calaram.

E a Pintura Cromática foi trancada em uma câmara secreta, tratada como simples objeto de estudo, até ser esquecida.

Elias Thorne era um dos poucos que conheciam a verdade.

E ele também escolheu ignorar a promessa.

Mas agora, com o cubo pulsando e os alarmes mágicos soando, não havia mais como esconder.

O velho diretor se levantou, suando frio.

A bengala tremia em sua mão enquanto ele atravessava o corredor de pedra.

Elias sabia que seria o portador de uma péssima notícia.

Mas precisava contar ao Ministro Cornélio Fudge que o impossível havia acontecido.

O Artífice estava voltando.

O som apressado da bengala de Elias ecoava pelos corredores subterrâneos.

Cada passo parecia mais pesado que o anterior.

Os Inomináveis se afastavam à medida que ele passava, como se soubessem instintivamente que algo grave estava prestes a acontecer.

Elias cruzou o Ministério, chegando rapidamente ao gabinete do Ministro.

Parou por um instante, respirou fundo e empurrou as portas.

O escritório estava iluminado por candelabros flutuantes e pela lareira acesa, que lançava sombras trêmulas sobre pilhas de papéis e pergaminhos espalhados.

Cornélio Fudge estava sentado atrás da mesa, vestindo seu característico chapéu verde e uma expressão irritada.

Ao seu lado, uma mulher rechonchuda trajada completamente de rosa, Dolores Jane Umbridge, atual secretária de Fudge.

"...Ele ainda não é oficialmente aluno de Hogwarts. Dumbledore não tem autorização para negar isso." Disse Dolores.

Fudge estava irritado com Dumbledore.

Esse era o ano em que o famoso Harry Potter começaria em Hogwarts, e deveria ser ele que guiaria o Menino que Sobreviveu pelo mundo mágico britânico.

Seria uma grande jogada política e de imagem. Sua popularidade alcançaria patamares altíssimos, sem contar na gratidão que Harry Potter sentiria por ele.

Mas Dumbledore não apenas barrou sua idéia, como também já havia enviado Hagrid para buscá-lo, tirando dele o protagonismo e a chance de conquistar o garoto.

Elias entrou sem bater, e Fudge ergueu os olhos.

Dolores, percebendo que Fugde parecia incomodado, começou a falar.

"Entrar no gabinete do ministro sem ser anunciado é…"

"Estou aqui para falar com o ministro, não com a secretária."

Naquele momento, ele não tinha paciência suficiente para gastar com Dolores Umbredge.

Seu rosto estava pálido, e por um instante ele pareceu mais velho do que nunca.

"Ministro... todos os detectores de Chroma se ativaram." Disse com voz rouca.

Elias esperou que o ministro possuísse conhecimento suficiente para saber o que a ativação dos detectores significavam.

Infelizmente, sua expectativa era alta demais para o atual ministro da magia.

Fudge franziu o cenho, pensativo.

"Detectores de... Chroma? Não ouço esse termo há décadas. Esses equipamentos ainda funcionam?"

"Eles funcionam agora." Respondeu Elias, ainda insistindo em fazer o ministro perceber sozinho. "E todos ao mesmo tempo."

O Ministro se levantou lentamente.

"Isso significa o quê, exatamente?"

Elias suspirou decepcionado.

"Significa que Renoir Dessendre está de volta."

O gabinete mergulhou em silêncio.

O fogo da lareira estalou alto.

"Renoir... Da carta de chocolate?" Perguntou Fudge. "Ele morreu há mais de cinquenta anos. O próprio Ministério declarou isso."

"Ele não morreu." Respondeu Elias. "Apenas desapareceu."

O Ministro se recostou na cadeira, confuso.

"Poderia explicar a situação com mais detalhes?"

"Veja... o problema é o seguinte."

Cinco minutos depois, Fudge estava sentado, suando.

"Está me dizendo que o Artífice está de volta depois de meio século e nós ainda temos o quadro dele no cofre lá embaixo?"

Elias assentiu.

"A Pintura Cromática continua em nossa posse. E, se eu estiver certo, ele virá buscar ela."

O Ministro passou a mão pelo rosto, tentando processar. O peso das palavras de Elias parecia afundar o ar da sala.

"Por que deveríamos nos preocupar?" Perguntou Dolores, arrogante. "Temos centenas de aurores de elite. Mesmo Dumbledore não ousaria nos desafiar dentro do Ministério."

"Verdade." Concordou Fudge, inseguro.

A decepção de Elias se aprofundou, enquanto ele olhava fixamente para ambos.

"Ministro, recomendo que olhe os arquivos do Ministro Lorcan McLaird. Lá entenderá melhor quem foi Renoir Dessendre." Recomendou, firme. "Você deve ter pouco menos de dez minutos antes de Renoir voltar completamente."

Fudge ainda não entendia a gravidade, mas sabia do peso das palavras de Elias Thorne, um dos funcionários mais antigo e influente do Ministério.

Esse é o homem que viu a ascensão e queda de pelo menos seis ministros da magia.

Então olhou para Dolores.

"Vá aos arquivos e traga tudo relacionado ao Ministro Lorcan McLaird." Ordenou Fugde. "E peça ao Departamento de Informações para me trazer tudo sobre Renoir Dessendre!"